Jean-Claude Camille François Van Varenberg, mais conhecido como Jean-Claude Van Damme, (Berchem-Sainte-Agathe, 18 de Outubro de 1960), é um especialista em artes marciais e actor belga.
Mais conhecido na Europa como "Os Músculos de Bruxelas" hoje com 1,73 metros e 78 kg, Jean-Claude Van Damme nem sempre foi assim. Quando criança era muito magrinho, sensível e muito, muito pequeno. Vendo isso, o seu pai procurou algo que pudesse fortalecê-lo tanto física quanto mentalmente. Foi então que Van Damme começou a treinar karatê, aos 11 anos de idade. Pouco depois tornou-se um bom bailarino e dançou balé durante 5 anos. Aos 16, recebeu a faixa preta e tornou-se campeão Europa, vencendo o European Pro Karate Association, na categoria meio pesado. Notabilizou-se pela execução de um golpe que atinge a cabeça do adversário durante um giro de 360° graus. Aos 16 anos Van Damme também abandonou a escola para se dedicar aos treinos.
Van Damme era extremamente disciplinado e corria mais de três horas por dia, dedicava-se muito aos treinos de karaté e também ao balé. Aos 18 teve que escolher entre a dança e o karaté, porque uma companhia francesa de balé queria contratá-lo. Escolheu o Karaté, mas pela perfeição e leveza dos seus golpes percebe-se até hoje que as lições de balé foram muito válidas.
Logo depois de vencer o Campeonato Europeu de Karatê, foi pela primeira vez aos Estados Unidos disputar o Campeonato Mundial de Karaté na Flórida, em 1979, e ficou desta vez como vice-campeão mundial. Deslumbrado e muito entusiasmado com a América, Jean-Claude volta aos Estados Unidos em 1980, mas desta vez na Califórnia, onde conheceu a famosa academia "Gold Gym", e lá iniciou os treinos intensos de musculação. Ao voltar para a Bélgica, resolveu montar uma academia em Bruxelas, "The California Gym", a qual foi um grande sucesso. Jean-Claude treinava por horas e horas para construir o seu corpo e fortalecer a sua estrutura muscular.
Mas os seus projectos eram outros: os filmes. Ele conseguiu alguns contactos na Europa, chegando a participar numa produção francesa chamada "Rue Barbare", lançado em 1983, no qual ele trabalhou apenas como figurante. Como Van Damme queria mais que isso, o único jeito seria então voltar para os Estados Unidos.
Em 1983 ele deixou Bruxelas e foi para Los Angeles, em busca do seu maior sonho: tornar-se um astro de Hollywood. Depois de pouco mais de um ano morando em Los Angeles, conseguiu trabalhar como figurante nas filmagens de Braddock. Em 1984 também, participou num pequeno filme francês chamado "Monaco Forever" em que interpretava um lutador gay de karatê. Em 1985, Van Damme actuou como vilão no filme "Retroceder Nunca, Render-se Jamais", o seu primeiro papel de destaque. Dois anos depois, protagonizou o mega-sucesso "O Grande Dragão Branco", e, desde então, nunca mais parou de filmar, não somente como actor, mas também como escritor, roteirista, produtor, director e coreógrafo das cenas de lutas em diversos de seus filmes.
JCVD é, de ponta a ponta, uma ficção – exceto no que realmente interessa ao seu protagonista e também produtor executivo: o mecanismo da espiral descendente que não raro engole os astros desse gênero, e a amargura avassaladora que ela pode provocar. Há oito anos um filme de Van Damme não chega aos cinemas brasileiros. Ele é, hoje, estritamente uma celebridade de videolocadora. A chave para tal decadência não está apenas nas limitações do talento ou na idade. Está, sobretudo, em um paradoxo que os ícones dessa área raramente compreendem na juventude, quando ainda há tempo para equacioná-lo: para um astro de ação perdurar, ele tem de ter bem mais que músculos – precisa de inteligência. Do tipo que produz autocrítica, que alerta para a efemeridade do sucesso nesse segmento e analisa alternativas. Os outros três astros que por muito tempo dominaram o gênero ilustram bem o resultado de uma visão lúcida – ou da falta dela. Bruce Willis, o mais versátil e dedicado, estabeleceu uma carreira que, não obstante as irregularidades, vende saúde. Arnold Schwarzenegger percebeu antes mesmo que o público seu deslize rumo à insignificância, e partiu para uma bem-sucedida aventura política. Sylvester Stallone só é viável porque escreve, produz e dirige seus filmes – mas vive do passado. Van Damme está em situação ainda pior: não se desafiou como ator, não cultivou o trânsito junto aos grandes estúdios americanos, preferindo o jogo fácil e rápido dos produtores asiáticos e europeus, e não se preparou para um segundo ato. Este é o que ele tenta iniciar, na marra, com JCVD. De alguma forma, consegue: embora exponha seus fracassos e falhas de maneira calculada, Van Damme às vezes exala um pânico tão genuíno que chega de fato a comover. O que é bem mais do que se pode dizer de qualquer outro dos quase quarenta filmes que ele fez até aqui
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